A proposta ao redigir este blog, Opinião, um texto para ler, avaliar, criticar e se posicionar, por meio de atitudes!, é de abordar assuntos que vão desde temas ambientais, profissionais e pessoais, deixando uma mensagem crítica com relação a eles e expressado mais uma de nossas FACETAS!
Não se pretende por meio da coluna obter apoio, muito pelo contrário, busca-se a avaliação, a crítica e o posicionamento dos leitores frente ao tema, exercitando a cidadania no ato de repensar nossas atitudes, fazendo com que cresçamos como pessoas. Além das críticas, sejam elas favoráveis ou contrárias a idéia apresentada no texto, o importante é que a leitura da coluna resulte em atitudes afirmativas frente ao problema tratado.
Pensar diferente não é o problema, o problema é não pensar!

sábado, 6 de setembro de 2008

Flanelinhas, mais uma exportação brasileira

Moacir Jorge Rauber

Apesar dos baixos índices de novos registros de idéias constatadas junto a Organização Mundial de Propriedade Intelectual, tecnologias brasileiras são exportadas e estão presentes no cotidiano de nações desenvolvidas. O Brasil tem grandes pesquisadores no setor de biotecnologia e um grande potencial científico em diferentes áreas, mas tem se destacado na alteração de valores e costumes sociais. O modelo surgido no Rio de Janeiro de dominação das favelas por partes de organizações criminosas tem sido bem sucedido em outros países. A ousadia em assaltos e seqüestros também tem sido levada pelos brasileiros ou aprendida pelos estrangeiros que visitam o Brasil. Mas o destaque é sobre a capacidade brasileira de levar vantagem em tudo, que é presença constante em qualquer país para onde os imigrantes brasileiros se desloquem. Essa prática fica muito evidente em Portugal com a presença dos “Flanelinhas” em praticamente todos os estacionamentos públicos das maiores cidades portuguesas, que leva a inconfundível marca brasileira.

Cidades portuguesas que há vinte anos eram completamente pacatas, em que as pessoas deixavam as portas de suas residências sem chaveá-las ao sair de casa; em que estacionavam seus carros tranquilamente sem se preocupar em trancá-los; em que os caixas eletrônicos ficavam expostos ao público sem qualquer tipo de segurança; em que os condomínios residenciais não precisavam ter orçamento para segurança; em que os proprietários de bancas de jornais expunham seus produtos com os preços e muitas vezes se retiravam do local; têm tido seus costumes dramaticamente alterados pela presença cada vez mais constante de, principalmente, brasileiros. Uma banca sem banqueiro pode ser levada por inteiro; um condomínio sem porteiro não terá nenhuma residência com dinheiro; um caixa eletrônico sem segurança é uma destemperança; uma casa aberta ou um carro sem trancas o proprietário é pateta, tendo seu bem o mesmo destino da banca. A tecnologia brasileira desenvolvida por anos de práticas de roubos, extorsões, assaltos, formação de quadrilha entre outras tantas, foi rapidamente incorporada por muitos portugueses. A presença dos doutores pesquisadores e conhecedores destes assuntos é grande. Em boa parte dos assaltos há a presença de um brasileiro. Nas extorsões por meio de seqüestros ou outras artimanhas é comum ter a participação de um pesquisador nato, provavelmente porque são respeitadores e seguidores da Lei de Gerson, em que levar vantagem em tudo é uma obrigação. Por fim, uma das tecnologias brasileiras com melhor aceitação no mercado português é a presença extorsiva dos “Flanelinhas” em quase todas as cidades portuguesas. Há alguns anos, segundo comentários, quando da introdução dessa tecnologia em Portugal a presença de brasileiros nesta tarefa era praticamente de 100%. Atualmente o mercado já está dividido. Muitos “Flanelinhas” portugueses ocuparam espaços deixados por brasileiros que migraram para outros países ou criaram seus próprios nichos de mercado. Ao se estacionar em local público logo aparece um sujeito “ajudando” a manobrar o carro. Alguns simpáticos outros intimidantes, mas os condutores têm a certeza de que se não deixar o pagamento o seu carro será danificado. Interessante é que a prática foi melhorada. Em muitas cidades brasileiras os “Flanelinhas” são remunerados no retorno do proprietário ao seu veículo, antes de se retirar do local. Aqui não. O pagamento é antecipado, no ato de estacionar.
Por fim, a exportação brasileira de práticas abusivas e da alteração de bons costumes tem tido um êxito tremendo em Portugal, bem como em outros países, porque muitos brasileiros não podem ver uma situação natural de respeito ao bem alheio, sem pensar em levar vantagem. Ah se todas as leis brasileiras fossem respeitadas como a lei de Gerson, certamente nós seríamos um povo bem sucedido, provavelmente exportando mais tecnologias construtivas e não tantas práticas extorsivas.

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