A proposta ao redigir este blog, Opinião, um texto para ler, avaliar, criticar e se posicionar, por meio de atitudes!, é de abordar assuntos que vão desde temas ambientais, profissionais e pessoais, deixando uma mensagem crítica com relação a eles e expressado mais uma de nossas FACETAS!
Não se pretende por meio da coluna obter apoio, muito pelo contrário, busca-se a avaliação, a crítica e o posicionamento dos leitores frente ao tema, exercitando a cidadania no ato de repensar nossas atitudes, fazendo com que cresçamos como pessoas. Além das críticas, sejam elas favoráveis ou contrárias a idéia apresentada no texto, o importante é que a leitura da coluna resulte em atitudes afirmativas frente ao problema tratado.
Pensar diferente não é o problema, o problema é não pensar!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Brasileiros fazem na Europa o que não fazem no Brasil

Moacir Jorge Rauber

Num texto anterior foi destacada a situação de muitos brasileiros que vieram a Portugal para trabalhar em profissões que no Brasil não se dignariam a fazê-lo. Essa situação se repete em muitos outros países da Europa, notadamente Alemanha, Suíça e Áustria. Da região do interior do Paraná, de onde sou oriundo, muitos rapazes saíram e continuam saindo com destino a esses países para também trabalhar em funções que na sua cidade consideravam pouco honradas. Saem do Brasil com contrato de trabalho pré-determinado, normalmente com prazo de um ano, para serem tratadores de porcos, recolhedores de estrume, ordenhadores de vacas, entre outros trabalhos que não fariam no Brasil de jeito nenhum. E no Brasil não o fariam porque seria “humilhante” perante seu círculo familiar e de amigos. Além da função a carga horária de trabalho diária supera a média de dez horas, com poucas folgas e possibilidades de interação com pessoas do país quase nulas. Isto porque há um forte sentimento xenofóbico nestes países, que os querem para fazer o serviço para o qual já não dispõe de mão-de-obra, mas sem vínculos.

Então por que tantos brasileiros se sujeitam a essas condições e continuam vindo para a Europa como abelhas atraídas pelo mel? Boa parte se explica simplesmente pela questão financeira. O trabalho é remunerado em euros, que na conversão para o real proporciona um bom rendimento. Mas também existem outros fatores que fomentam esse fluxo de pessoas, como o sentimento de estar na Europa, o status proporcionado por essa presença e a ausência da influência de parentes e amigos sobre o seu comportamento. Estar na Europa os enche de orgulho, proporcionando-lhes um prazer que não há dinheiro que compre. Mas se analisarmos o fato de que as pessoas simplesmente estão na Europa, mas não tem amigos, não tem liberdade para fruir o fato de aqui estarem, e, muitas vezes, não tem dignidade pela discriminação havida, então melhor seria ficar. Neste ponto volto a enfatizar que se esses brasileiros se dedicassem com o mesmo afinco e determinação que são obrigados a fazê-lo na Europa em oportunidades existentes no Brasil teriam o mesmo retorno, mas com a comodidade e o conforto de estarem em casa.

Por fim, executar trabalhos no Brasil, independentemente de sua natureza, produzirá resultados que no futuro permitirá que essas pessoas estejam na Europa e dela desfrutem, se assim o quiserem.

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